O 1º Maio e os seus prós e muitos contras

Apesar de um bocado desfasado no tempo resolvi dar a minha humilde opinião sobre este tema, infelizmente agora mais actual do que deveria, que é o 1º Maio ou mais intimamente o que eu realmente acho sobre os sindicatos, as comissões de trabalhadores, as greves e as manifestações!

Vendo de uma forma mais isenta e distante, acho que todos consideramos que todas estas instituições e formas de luta foram criadas com o intuito de ajudar e de colaborar na melhoria e certificação de que os direitos de todos os trabalhadores são defendidos.

Mas o que realmente existe? A real competência esta a ser desenvolvida? Quem temos hoje nestas instituições?

Do meu ponto de vista, e realço este pormenor, DO MEU ponto de vista, gostaria de deixar aqui algumas ideias desenvolvidas ao longo dos anos.

Hoje em dia, quem quer ter algum futuro como sindicalista tem de pertencer ao PCP? Quais são os reais deveres de um sindicato? Eu cá acho que deveria ser zelar pelos interesses de todos os trabalhadores, mas infelizmente apenas o pregam, não o concretizam.

Um bom exemplo do que falo é o que acontece na empresa onde trabalho, onde existia um CT que mais parecia uma defesa, intransigente e sem qualquer noção da responsabilidade que o cargo acarreta, de apenas alguns dos trabalhadores. Lembro-me ainda de uma das cartas da CT aos trabalhadores onde apenas defendia, à sua maneira e à qual eu não concordo, os trabalhadores da AV, tendo para isso atacado e insinuado a falta de capacidade de outras áreas nomeadamente a Informática. Será que para o CT os trabalhadores da Informática, e nomeadamente outras áreas ou colegas, não merecem o mesmo tratamento? Nunca vi num dos panfletos por eles divulgados qualquer menção a resoluções de diferentes áreas que não a Operação, para isso deveriam ser tratados como CT da área de Operações! Mas também não posso só colocar defeitos, existem algumas coisas bem-feitas, não sei quais, mas devem ter algumas, pelo menos quero acreditar nisso.

Outro exemplo que conheci, e contado por um colega meu, que trabalha numa fabrica de capitais alemães e que bem recentemente apareceu na TV ainda foi mais ridículo. A empresa, através do seu administrador, ponderou a hipótese de parar um dia a produção, para evitar despedimentos. Obviamente que esse dia, uma vez que essa empresa trabalha 24/7, o dia mais oportuno seria o domingo, por todas as coisas que lhe estão associadas, tanto de custos como de costumes. Mas a inteligência do CT e dos representantes dos sindicatos achou que não deveriam ser apenas os funcionários do fim-de-semana a sofrer a paragem e então, e pasme-se porque é mesmo para pasmar, a proposta deles foi de em lugar de parar ao domingo, deveriam parar ao domingo e à segunda, porque assim não eram só uns a sofrer! E depois na saída do trabalho lá faziam umas manifestações na entrada, onde chamavam a comunicação social, e mandavam vir umas grades de cerveja, e quando estas acabavam lá se iam todos para casa! Mas isto é alguma defesa de trabalhadores? Também aqui tiveram de mobilizar os outros trabalhadores e correr com esses seres. Quem não se lembra da confusão que foi a Auto-Europa, e de que a empresa ainda só cá está porque foram os trabalhadores e não os sindicatos e os CT mais sindicalizados que mais nada, que tomaram conta das negociações.

Mas que competências têm essas pessoas para querem ter um poder de decisão tão forte? Que capacidades? Que interesses?

Todos sabemos também que as greves apenas existem para as empresas públicas, porque quem trabalha numa empresa privada esse direito não lhe assiste. Quem sofre depois com as greves são sempre as pessoas mais inocentes, quem anda de metro, quem quer atravessar o Tejo nos barcos, é os trabalhadores da administração pública. Que melhor anuncio para expressar aquilo que sinto como o da RR que tanta polémica junto dos sindicatos deu! A moda agora é fazer greves.

No entanto tenho de dar os parabéns, embora não tenha sido costume, ao sindicato dos professores, e principalmente aos professores, que pela primeira vez na sua história marcaram uma manifestação e uma greve para um sábado. Aí sim eu dei credibilidade à manifestação. Essa seria uma boa opção, expressem o desagrado, mas não compliquem a vida das restantes pessoas.

Desculpem o desabafo, mas estou farto de pessoas que apenas existem para dizer mal de tudo e de mais alguma coisa. Aprendam a ser inteligentes! Sindicalizar não é obrigatoriamente dizer mal de tudo. E são as pessoas dos Sindicatos e dos CT que deveriam ser os primeiros a dar os bons exemplos de profissionalismo e de critica aos maus comportamentos dos colegas, mas muitas vezes são esses são os piores de todos e só lá estão para tentar fazer ainda menos que o que fazem.

Já agora porque é que essa gente toda não faz ela também greve e desaparece da nossa vida! Podemos fazer uma greve dos grevistas compulsivos?

Se alguém que estiver a ler isto e se sentir injustiçado, peço as minhas desculpas, mas é o que me vai na alma! E como devemos dizer o que nos vai na alma!

Um abraço,