Envelhecer sim, mas com qualidade de vida!

Se há coisa que não escapamos é do envelhecimento, pois é, para quem ainda pensava que escapava pode-se consciencializar que não escapa. Não conheço ninguém que não envelhecesse e isso do elixir da juventude é tudo treta. O único caso que se tem ouvido falar é mesmo só o do filme “O Estranho caso de James Button” mas como disse é só mesmo em filme.

Estou a escrever isto porque ultimamente tenho andado a pensar neste tema. Não sei se foi por ter encontrado um pelo branco no peito! Sim porque na cabeça tenho-os tirado (por isso é que começam a restar poucos!).

Mas voltemos ao essencial. Apesar de achar que a melhor idade que poderemos ter é os trintas, pois, é nesta idade que temos a nossa independência, tanto financeira como intelectual no auge, ainda temos a energia e a genica para fazer tudo o que pretendemos. No entanto, começo a compreender, no verdadeiro sentido o que realmente significa o termo PDI (Puta da Idade). É que tomamos consciência que o nosso corpo já começa a ter dificuldade em regenerar-se dos nossos exageros: de uma noitada, de umas bebidas a mais na noite anterior, de uma futebolada mais intensa, de um serão de trabalho. O que antigamente passava em pouco tempo, com o avançar da idade já começa a demorar a recuperação. No entanto, nem são estas coisas que mais fazem pensar, mas sim o que nos espera numa fase mais adiantada da vida, na fase em que começamos a ser tratados por idosos ou velhos. Eu cada vez acho mais que o conhecido ditado “velhos são os trapos” tem cada vez mais razão de o ser, porque as pessoas idosas ainda têm muito para dar.

Quantos de nós não passamos muitas vezes por pessoas de idade e olhamos com carinho para elas e para o que estão a fazer porque nos recordam os nossos familiares mais próximos?

E nós como vamos estar quando lá chegarmos? Vamos ter ainda genica para viver? Vamos ter objectivos ainda para atingir? Ou pelo contrário vamo-nos apenas arrastar à espera do fim?

Eu espero viver muitos anos ainda, e honestamente a velhice não me assusta, o que realmente me preocupa é não poder ter a certeza que a vou poder viver com o meu conceito de qualidade de vida. Estarei preparado psicologicamente para abdicar de muitas das coisas que hoje gosto de fazer? Ou para alterar o modo como as faço? Espero que sim! E espero especialmente poder usufruir da velhice, porque acho, sinceramente, que ela tem o seu encanto, desde que vivida com saúde, noção da realidade e em perfeito juízo, e acima de tudo com a minha companheira e amiga de sempre. Porque se assim não for então prefiro ter menos etapas e que Deus, ou alguém que nos guia, me dê essa benesse de não andar por aqui a sofrer ou fazer sofrer quem de mim goste.

Infelizmente, e como já o Baco_3 documentou anteriormente, não é fácil ter uma boa velhice, no entanto acho que o mais importante de tudo é não ter uma velhice solitária, porque a pior coisa do mundo é envelhecer-se sozinho.